Por Fernando Fukunaga*
As Micros, Pequenas e Médias Empresas desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do país, reconhecido em foro estratégico pela SBGC. No KM Brasil 2010, SEBRAE e SBGC uniram forças, desta vez para organizar um painel específico para MPMEs, o painel especial: Gestão do Conhecimento e Inovação na Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia.
Participaram do Painel Pedro Penido da assessoria da Presidência da Petrobrás, Camila Pires Gerente de Gestão do Conhecimento da MPX Energia, Eliane Lobato do SEBRAE, Fernando Jefferson Diretor de MPMEs da SBGC, Marcelo Lopes Diretor Superintendente do SEBRAE/RS, a moderação do painel ficou por conta Magaly Tânia Albuquerque do SEBRAE e apresentação de 3 casos de GC em micros e pequenas empresas do segmento energia: Ana Maria Mendonça da Tecnogás, André Souza da Ativa Tecnologia e Luciano Weber da Device.
Pedro Penido assessor da Presidência da Petrobras abriu o Painel apresentando o Programa Rede de Melhoria da Gestão para o Desenvolvimento da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobrás e destacando a importância da Gestão do Conhecimento e da Inovação para as empresas que fazem parte da cadeia produtiva.
Segundo Penido, existe uma necessidade de atender as tendências de competitividade das empresas que compõe a cadeia produtiva de gás, petróleo e energia, existe ainda a preocupação estrangeiros no mercado brasileiro. Estes novos entrantes chegam com capacidade tecnológica, poder de investimento e contratam profissionais qualificados aqui no Brasil o que pode ser um problema se as empresas não conseguirem competir. Neste caso a competitividade depende de 4 variáveis: Qualificação de Mão de Obra, Estrangulamentos Tecnológicos e Estruturais, Financiabilidade e Melhoria da Gestão.
Penido ressaltou a posição privilegiada do Brasil destacando-se na Geopolítica do petróleo com, grandes reservas, alta tecnologia em petróleo, base industrial diversificada, grande mercado consumidor, estabilidade institucional e jurídica. Destacou o alto potencial e as oportunidades do pré sal e o plano de negócio 2010 – 2014 com investimento de US$224 bilhões.
Em relação a sustentabilidade econômica, social e ambiental o programa visa:
- Aproveitamento socioinclusivo de demandas derivadas da implantação de grandes projetos;
- Redução de desigualdades regionais e sociais e geração de empregos
- Gerenciamento das externalidades ambientais e sociais;
- Sinergia de entes governamentais e da sociedade para governança dos territórios nos níveis federal, estadual / regional, municipal;
- Desenvolvimento e difusão de inovações.
Prof. Dr. Heitor José Pereira ex-presidente da SBGC e atual assessor de projetos especiais comentou que, mapear o conhecimento das entidades que compõem a rede e mapear a competências das pessoas chave, mapear quem sabe o que na cadeia produtiva do petróleo, gás e energia, uma premissa para compor a visão para conhecimento é a importância de criar uma metodologia de Gestão do Conhecimento para que cada projeto já traga práticas de compartilhamento das novas experiências em todo a rede.
A segunda palestra foi a da Gerente de Gestão do Conhecimento da MPX Energia, Camila Pires.
Camila iniciou o caso com a abordagem que a MPX criou para iniciar a implementação da Gestão do Conhecimento:
- Entendimento do contexto dos negócios e percepção da cultura organizacional;
- Mapeamento das pessoas chave dos formadores de opinião;
- Abordagem informal dos gestores para diagnósticos;
- Compreensão do grau de maturidade da empresa para a Gestão do Conhecimento;
- Visão de longo prazo e estratégia de curto prazo;
- Identificação de quick wins (A ideia é que grandes projetos, que envolvem muita gente e muitas áreas, precisam de vitórias rápidas para dar a sensação de que a coisa está andando. Serve também para motivar a equipe e para passar sinais para quem está de fora);
- Defesa da estratégia para a alta administração
- Planejamento, foco, ouvidos abertos e paixão.
Enfatizou que Eike Batista presidente da empresa tem uma visão 360º um olhar para todos os capitais do conhecimento tangíveis e intangíveis, a baixo figura retirada da apresentação de Camila, que demonstra esta visão.
As estratégias de GC de curto prazo definidas pela MPX, objetivam a implantação de: 1) um portal do conhecimento; 2) realização de campanha propícia à colaboração; 3) criação de projeto de memória para garantir o registro dos projetos e fatos marcantes da empresa.
E ainda a implantação de ambientes de colaboração para cada projeto com agendas compartilhadas, blogs e outras ferramentas de comunicação colaborativas, um banco de lições aprendidas e monitoração do andamento dos negócios.
Camila ressaltou alguns fatores críticos de sucesso para a implantação do portal. Dentre eles destacam a criação do comitê multiplicadores de informação, estratégia de gestão de mudança, palestras sobre Gestão do Conhecimento por toda a empresa, campanha de comunicação de impacto e implantação ágil. Essa fase, do diagnóstico ao lançamento, demandou 6 meses. As principais etapas do projeto de memória são mapeamento e organização do conteúdo, produção e edição dos conteúdos, disponibilização dos conteúdos e divulgação.
Este caso demonstrou que a Gestão do Conhecimento não necessita ser complexa. Com idéias e estratégias simples e de baixo custo, consegue-se atingir os resultados esperados promovendo um ambiente colaborativo de acordo com as necessidades de cada organização.
O terceiro palestrante da tarde foi Fernando Jefferson Diretor do Comitê de Micros, Pequenas e Médias Empresas da SBGC, onde discorreu sobre a importância da Gestão do Conhecimento e da Inovação e a importância da capacitação e da melhoria da gestão das MPMEs para a cadeia produtiva do petróleo, gás e Energia.
Jefferson lembrou de uma noticia, do caderno de economia do jornal O Globo que boa parte do investimento citado por Pedro Penido da Petrobrás de R$224 bilhões de dólares, será aplicado na melhoria das MPMEs que contemplam os 4 níveis da cadeia produtiva. Abaixo a figura representativa da cadeia produtiva retirada da apresentação de Jefferson.
Para atuar neste mercado competitivo as empresas precisam melhorar a gestão do processo de negócio:
- Técnico
- Econômico
- Legal
- SMS – Meio Ambiente, Saúde e Segurança
- Gerencial
E destaca a Rede Melhoria de Gestão Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços, criada pela Petrobrás com o auxilio do BNDES, FNQ, MBC, SEBRAE e outras entidades dentre elas a SBGC, para apoiar a indústria nacional em especial MPMEs.
Fernando Jefferson apontou a importância do conhecimento para a inovação na MPMEs, e da preocupação em preservar o conhecimento nas empresas da cadeia produtiva, pois este capital intelectual está na cabeça das pessoas e ainda existe resistência para registrar informações em sistemas compartilhados e uma cultura empresarial não propensa a comunicação e aos registros de informações.
E entende que uma boa solução, é uma cultura orientada para o conhecimento e o uso de técnicas de gestão de projetos, para contribuir com ganhos expressivos de competitividade nas MPMEs.
Eliane Lobado do SEBRAE iniciou a segunda parte do painel, explicitando o convenio entre SEBRAE e Petrobrás, o Programa da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia, o objetivo do convenio é “Promover a Inserção competitiva e sustentável de Micro e Pequenas Empresas, fornecedoras efetivas e potenciais, na cadeia produtiva do petróleo, gás e energia”.
Os projetos do convenio trabalham para o desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local (APL) de Petróleo e Gás (P&G), dando ênfase no encadeamento produtivo, com o propósito de criar um ambiente favorável para a sustentabilidade do processo de inserção de MPE na cadeia produtiva mobilizando atores locais.
Abaixo figura retirada da apresentação de Eliane, onde são listados alguns dos requisitos para empresas se cadastrarem para fornecerem bens e serviços para Petrobrás.
No primeiro convênio (2005 – 2007) beneficiou 6.032 empresas, 2005 com 8 rodadas de negócios, 2006 com 10 rodadas de negócios e 2007 com 15 rodadas de negocios. Neste segundo convenio estima aplicação de R$32 milhões em 15 estados, priorizando temas tais como: Diagnóstico e mapeamento de oportunidades, formação e consolidação das Redes Petro, capacitação e qualificação, inovação e desenvolvimento tecnológico. Já o foco estratégico: inteligência competitiva; cultura de cooperação; desenvolvimento de fornecedores e inovação; acesso ao mercado.
Bem, os resultados somam 19 projetos aprovados distribuídos em 14 unidades federais, entre 2008 a 2010 e realizou-se 32 rodadas de negócio com movimentação de R$1,2 bilhão.
O Diretor Superintendente do SEBRAE RS Marcelo Lopes prestigiou o painel com sua presença destacando importância do SEBRAE para a capacitação das micros e pequenas empresas (MPEs) gaúchas que compõem a cadeia produtiva do petróleo, gás e energia.
O painel chegou ao fim com a apresentação de três casos de MPEs integrantes das Redes Petro: Tecnogás apresentado por sua diretora Ana Maria Mendonça, André Souza diretor da Ativa Tecnologia e Luciano Weber diretor da Device.
Em resumo o painel demonstrou para todos que a Gestão do Conhecimento pode e deve ser aplicada em MPMEs, não há necessidade de ser complexa, com estratégias simples e bem objetivas de Gestão do Conhecimento, a colaboração torna-se uma ferramenta poderosa para a gestão e a criação do conhecimento, o que gera inovação no mercado e aumento da competitividade.
E em especifico para as MPEs que são fornecedores ou almejam participar da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia, o painel demonstrou que existem grandes oportunidades já a partir de 2011, não apenas para novos negócios ou para sua continuidade mas também capacitação, maximização do capital intelectual, competitividade e seu crescimento.
*Fernando Fukunaga é associado da SBGC , atualmente é assessor da Diretoria Executiva, de forma voluntária é integrante do Comitê Nacional de Marketing, do Comitê Nacional de Educação, do Comitê de MPMEs, é Diretor de Marketing da regional São Paulo da SBGC UFs e é Líder do Programa SBGC Jovem.
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